quarta-feira, 26 de agosto de 2009

COMO SERÁ O BRASIL COM A LIBERAÇÃO DA MACONHA?

Argentina libera uso de maconha. Medida deve se estender pela América Latina, dizem especialistas

Rio e Buenos Aires - A América Latina caminha para descriminalizar o consumo de drogas, com as recentes decisões de Argentina e México, que acabam com anos de sintonia com as severas leis dos Estados Unidos contra entorpecentes, acreditam especialistas. Ontem, a Suprema Corte argentina descriminalizou a posse de maconha por maiores de idade para consumo pessoal, sempre que não haja risco a terceiros. O caso analisado foi o de cinco jovens detidos em 2006 com quantidades mínimas da droga. A Corte considerou inconstitucional a aplicação da lei sobre entorpecentes e, por essa razão, absolveu os jovens. Os cinco rapazes absolvidos portavam três cigarros de maconha. Com a medida, acreditam especialistas, abre-se caminho para política de combate às drogas com foco nos traficantes e não nos usuários. "Todo adulto é livre para tomar decisões sobre o estilo de vida sem a intervenção do Estado", diz o documento da Suprema Corte da Argentina, sem definir quantidades permitidas da droga. Os argumentos para retirar a punição são: a proteção da intimidade e da autonomia; e a necessidade de não criminalizar quem é doente e vítima. O ministro brasileiro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendem a adoção da medida no Brasil. Eles acham que a América Latina deve se desvincular dos EUA, que fundamentam o combate às drogas na repressão. Porque sou contra, anônimo: Como pai que sou, tenho filhos rapazes, não concordo com esta modernidade, Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, e, nos deu o livre arbítrio para vivermos em comunhão com os princípios de liberdade, amor e união. Droga seja maconha ou cocaína, não faz diferença. Droga segundo aurélio: substância entorpecente alucinógena, excitante etc..., só quem tem um filho drogado, pode saber o sofrimento, que um cigarro de maconha produz. Hoje meu filho se libertou da dependência deste aparente simples cigarro, graças a Jesus, que ouviu nossas orações, e, entercedeu na vida dele. Quando alucinado e excitado, por substâncias quimícas, que começava na maconha, ele queria primeiro quebrar a casa toda, depois tentava contra a própria vida, se auto-mutilando, com objetos cortantes, chegando ao ponto de tentar atirar-se debaixo de carros, o que foi impedido por eu e sua mãe. hoje tudo mudou, somos uma família feliz e graças a Deus. Jesus liberta!
Fotos: Fábio Gonçalves e Adriano Silva / Agência O DIA
Tico defende a liberação, com cautela. Gabeira acha que medida deve ser tomada no Brasil
O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) afirmou que a decisão argentina confirma a tendência atual no continente latino. Segundo ele, a atual legislação brasileira já é muito próxima da decisão argentina. "A diferença é que aqui ainda há cobrança de multa para o usuário", afirma. Gabeira ressaltou que para o processo de descriminalização avançar é necessária reformulação da polícia. "Só uma polícia moderna pode suportar efeitos colaterais como o pequeno incremento imediato do consumo e o consequente aumento do poder financeiro do tráfico". O deputado considera que a decisão argentina é aplicável no Brasil. Para ele, no entanto, ainda não é possível promover a legalização da maconha, como na Holanda, onde é vendida em lojas. EXEMPLO ARGENTINO O delegado da Polinter Orlando Zaconne, responsável pelo projeto 'Carceragem cidadã' no Rio, afirma que seria importante o Brasil começar a se espelhar em outros países. "A Argentina está dando um exemplo para o continente e no Brasil vamos ter que colocar esta questão em pauta. Já há projetos no Congresso. Acredito que são medidas que contribuem para reduzir muitos danos porque aumentam o ambiente de licitude. A maconha não se apresenta tão nociva quanto outras drogas", afirmou. Já o vocalista do Detonautas, Tico Santa Cruz, apesar de defender a legalização da maconha, acredita que o ideal seria que a decisão fosse tomada em âmbito mundial. "A venda de drogas potencializa mercados como o das armas, que fomenta a violência. Legalizar hoje não significaria liberar, mas sim poder legislar sobre o assunto. Hoje quem quer comprar maconha, compra em qualquer lugar. A legislação fará a Argentina virar ponto de narcoturismo", diz. Foco deve ser o traficante Com a medida, acreditam especialistas, abre-se caminho para política de combate às drogas com foco nos traficantes e não nos usuários. "Todo adulto é livre para tomar decisões sobre o estilo de vida sem a intervenção do Estado", diz o documento da Suprema Corte da Argentina, sem definir quantidades permitidas da droga. Os argumentos para retirar a punição são: a proteção da intimidade e da autonomia; e a necessidade de não criminalizar quem é doente e vítima. O ministro brasileiro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendem a adoção da medida no Brasil. Eles acham que a América Latina deve se desvincular dos EUA, que fundamentam o combate às drogas na repressão.