Luiz Carlos Prestes (1898-1990): Nasceu em Porto Alegre, RS, filho de Antonio Pereira Prestes, um oficial do Exército, e Leocádia Felizardo Prestes. Órfão de pai e com a família passando por necessidades financeiras, Prestes decide-se pela carreira militar tendo estudado no Colégio Militar do Rio de Janeiro tendo sido diplomado Engenheiro Militar em 1920, aos 22 anos como primeiro aluno de sua turma. Em 1922 participou dos preparativos para o levante contra o governo federal. Participou do movimento revolucionário de 1924, que se pretendia depor o presidente Artur Bernardes tendo comandado as forças revolucionárias no nordeste do Rio Grande do Sul, tendo iniciado a famosa "marcha da coluna", que atravessou o Brasil de sul a norte e de leste a oeste, tendo percorrido mais de vinte e cinco mil quilômetros a pé, o que passou para a história com o nome de "Coluna Prestes". Em 1927 asila-se na Bolívia, em dezembro deste ano recebe em Puerto Soares de Astrogildo Pereira, secretário do Partido Comunista do Brasil - PCB (até 1961 essa era a denominação do Partido, só a partir deste ano é que é alterado para Partido Comunista Brasileiro) que lhe passa vasta literatura marxista.
Após a Bolívia, Prestes dirige-se para a Argentina onde entra em contato com o Partido Comunista Argentino dando prosseguimento aos estudos marxistas tornando-se comunista passando a adotar as posições do PCB mesmo sem ter ainda se filiado ao mesmo.
Em 1930 rompe com o movimento tenentista lançando o seu "Manifesto de Maio" em que prega a revolução. Em 1931 vai para a URSS onde trabalha como engenheiro. Por pressão do Partido Comunista da URSS, em agosto de 1934 é admitido no Partido Comunista do Brasil e no final do ano retorna clandestinamente ao Brasil, acompanhado de Olga Benário agente do Comintern que vem a ser sua companheira e com a qual tem uma filha. Com a volta ao Brasil é aclamado Presidente de Honra da Aliança Nacional Libertadora organização anti-fascista e anti-imperialista.
Em 1935 a Aliança Nacional Libertadora é declarada ilegal e em 1936 Prestes e Olga são presos. Olga é deportada para Alemanha tendo sido assassinada na câmara de gás do campo de concentração nazista em Ravensbrück. A filha de ambos Anita Leocádia Prestes nascida na prisão na Alemanha é resgatada pela avó paterna que para tanto liderou intensa campanha internacional. Em 1943 ocorre a II Conferência Nacional do PCB que elege Prestes, mesmo preso, seu Secretário-Geral. Em abril de 1945 com a anistia Prestes é solto após passar 9 anos na cadeia. Empenha-se na campanha de legalização do PCB o que ocorre em novembro de 1945, e elege-se senador pelo Partido em dezembro do mesmo ano, com mais de 160 mil votos sendo o mais votado da República. É cassado em janeiro de 1948 e ingressa na clandestinidade, que dura até março de 1958. Em 1964 após o golpe e a implantação da ditadura militar, volta novamente à clandestinidade tendo em 1971 exila-se na URSS onde permanece até 1979, ano em que retorna ao Brasil após a decretação da anistia política. Em março de 1980 rompe com o Partido através da sua "Carta aos Comunistas". Em 1980 perde o cargo de Secretário-Geral e deixa o PCB que com sua saída degenera-se de vez e vem a transforma-se no atual Partido Popular Socialista. Em 7 de março de 1990 falece no Rio de Janeiro com 92 anos de idade.
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