Para o chefe do departamento de Ciência Política da UFF, Marcus Ianoni, as eleições em Magé são um símbolo da evolução da política no interior do Estado. Para ele, a cidade a vivia uma espécie de coronelismo nos quase 30 anos em que foi dominada pela família Cozzolino: o pai e o irmão de Núbia também foram prefeitos da cidade.
O que levou à dominação dos Cozzolino?
É como outras oligarquias locais, uma espécie de coronelismo de raízes de urbanas. O local é controlado por uma família que também têm o poder econômico. O poder público vira uma extensão do patrimônio privado e são usadas práticas clientelistas.
Que práticas?
Agrados de ordem material e também de ordem afetiva para a população mais carente. Isso esconde uma relação de manutenção da desigualdade. Tem gente que acaba aceitando o ‘rouba mas faz’ e o político que dá algumas migalhas em troca de voto.
A cassação da ex-prefeita Núbia Cozzolino mostra uma evolução?
Sim, cresce a consciência de alguns setores e as instituições começam a funcionar melhor. O Ministério Público, por exemplo, foi o responsável pelos processos de improbidade administrativa contra Núbia.
As cidades pequenas são mais vulneráveis?
Sim. No interior, o poder é menos controlado e a sociedade civil costuma ser pouco organizada. Além disso, nesses locais a mídia não é desenvolvida ou é controlada pelas próprias famílias, o que torna o cenário mais preocupante.
VDF
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