domingo, 6 de junho de 2010

MANGUE CONTAMINADO HÁ 10 ANOS NA GUANABARA NÃO SE RECUPEROU.

O óleo praticamente acabou com a pescaria no município de Magé.

http://oglobo.globo.com/fotos/2010/01/30/30_MHG_rio_oleo1.jpg
Dez anos depois do vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo na Baía de Guanabara, o mangue de Ipiranga, município de Magé, parece um deserto de lama. A vegetação secou e nunca mais voltou. "Parece até que os culpados pela tragédia fomos nós. A punição só veio para a gente", diz o pescador artesanal Maicon Carvalho. Ele cata caranguejo nos manguezais da baía desde os 9 anos. Tinha 20 quando houve o desastre. Todos os funcionários da Petrobrás acusados pelo Ministério Público Federal no processo que apurava responsabilidades pelo vazamento de óleo, em 18 de janeiro de 2000, foram absolvidos no ano passado. "O óleo praticamente acabou com a pescaria. O camarão cinza sumiu e hoje eu preciso andar mais de 300 metros no que restou de mangue para pegar três dúzias de caranguejos pequenos. Antes, eram de seis a oito dúzias do grande fácil", conta. Ele seguiu a profissão do pai, mas não quer o mesmo para os dois filhos, Maxwel, de 10 anos, e Maicon Júnior, de 7. A Petrobrás alega que investiu R$ 450 milhões na última década em projetos ambientais e sociais na baía. Segundo a companhia, o programa para restabelecer a vegetação de manguezais na praia de Mauá e nas margens do Rio Estrela, na divisa de Duque de Caxias e Magé, com duração prevista até 2013, é o "maior do gênero no Brasil". Para Anderson, são projetos "de fachada", que ainda não trouxeram resultados. Breno Herrera, analista ambiental do Instituto Chico Mendes (ICMBio), afirma que estudos indicam que serão necessários mais de 20 anos para a recuperação do mangue.

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