domingo, 31 de outubro de 2010
JOSÉ!
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o teu eleitor sumiu,
a campanha findou,
e agora, José?
E agora, você?
Você que mente e engana,
que zomba dos outros,
você que faz calúnias, manipula,
que odeia, detesta?
E agora, José?
Está sem mandato,
está sem discurso,
está sem caminho,
já não pode ofender,
já não pode degradar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
a campanha passou,
o dia da posse não vem,
o trem da alegria não vem,
o riso não vem,
não vem a utopia da faixa presidencial
e agora, José?
Sua falsa palavra,
seu instante de delírio,
sua sede de poder,
sua falta de escrúpulos,
sua imprensa marrom,
sua lavra de ouro (4 milhões),
seu terno de vidro, sua cara de pau,
sua incoerência,
seu ódio – e agora?
Com as calças na mão
queria ser presidente,
não existe presidência;
queria morrer na mar de Minas,
mas o mar de Minas nunca existiu;
queria ir para o Palácio da Alvorada,
palácio da Alvorada não há mais.
José, e agora?
Se você tocasse
a valsa do adeus,
se você sumisse,
se você evaporasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é osso duro de roer, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-papão,
sem teogonia,
sem cargo político
para se encostar,
sem Paulo Preto
que fuja a galope,
só com o apoio da oligarquia,
dos ecochatos, da Ku Klux Klan Verde-amarela,
da Mídia Golpista e do Vatucano,
você marcha, José!
José, para onde?
Prefeitura de Sampa em 2012?
Quem sabe?
(livre adaptação do poema José , de Carlos Drummond de Andrade)
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